A gente passa, os livros ficam



"A gente passa, os livros ficam."


"Esta era uma das frases célebres de José Mindlin, um dos mais reconhecidos bibliófilos brasileiros que morreu hoje, aos 95 anos, em São Paulo.Em entrevista à Folha em 2004, época em que lançava o livro "Memórias Esparsas de uma Biblioteca", Mindlin se definiu como um "compulsivo patológico" na arte de colecionar livros. Aos 13 anos, começou a formar a biblioteca que reuniu mais de 35 mil títulos ao longo dos anos em sua casa.Questionado sobre se existia um livro preferido em meio a tantos que colecionava, Mindlin disse que uma das características da bibliofilia era a poligamia. "Não há como dizer prefiro este ou aquele", afirmou.Entre os destaques da sua coleção particular estavam a versão original de "Grande Sertão: Veredas", de João Guimarães Rosa, a primeira edição de "Os Lusíadas", de Camões, e outras primeiras edições, como as de "O Guarani", de José de Alencar, e "A Moreninha", de Joaquim Manuel de Macedo."Eu passei 15 anos atrás de um exemplar de 'O Guarani'. Soube que estava com um grego, mandei muitas cartas a ele, que nunca respondia. Estava em Paris quando um livreiro me disse que estava com esse grego. Depois de muitas idas e vindas, o livro está comigo", disse em 2004.ConservaçãoJosé Mindlin tinha técnicas específicas para conservar seus livros, entre elas o cuidado para o ambiente não receber muita luz e a limpeza diária dos exemplares. "Estante fechada é coisa do passado", afirmou à Folha."
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Hoje a Cultura sofreu uma grande perda...

{imagem: autoria desconhecida}

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