Soneto da posse


"Amar é possuir. 
Não mais que o gozo quero. 
Não sei porque desejas tanto escravizar-me; escravizar-te. 
Quanto menos me tens, mais me terás. 

Gostoso é ser-me livre, alegre, escandaloso –
o peito aberto pra cantar meu canto;
os olhos claros pra ver todo encanto;
as mãos aladas, pássaros sem pouso.
Abre-me o corpo, vem dá-me o teu vale,
e a esconsa flor que ocultas hesitante,
pois o que falo o falo sem que fale em tom de amor. 


Quero vaivem, espasmo -
um corpo a corpo num só corpo palpitante,
dois no galope até o sol de um só orgasmo."



Nenhum comentário:

Postar um comentário